domingo, 24 de abril de 2016

Tão vazia... Trago o seu verdadeiro amor em cinco dias...

Não sei onde fico estou fora de época, de década de lugar. Zé Ramalho me define: "Meus 20 anos de Boy, thats over baby... Freud explicaaaa"... Explica? Me conserta? Skinner resolve? Nunca pedi nada pra vocês! Rs. No fim é na raça, no medo, na vida, na dor... Só gostaria do meu cantinho, de não me sentir tão estranha fora do ninho. De não me culpar por não ser quem deveria, de não me martirizar por querer viver o que não é mais meu... Queria um lugar para chamar de lar para poder ser eu.
To tão perdida... Quero... não posso... faço, gosto, não posso. Sou amiga agora dos meus filhos, mas nenhum deles é de fato meu... E o que sobra é solidão é a definição do se estar sozinho. Os  antigos como eu estão feitos na vida, caminhado na estrada que perdi mas, que deveria ser a minha, casados com filhos e eu? Virei a bruxa que deseja criancinhas Rs! Se afastem de mim quero dizer, é mais seguro pra nós dois, se afastem de mim, nos falamos um dia? Nos falamos depois? To falando sozinha... Não quero mais, eu quero mais... Meu mais é o menos de todos vocês, já fui todas as coisas e de ter sido tudo hoje eu não sou mais nada.
Nada me define...Talvez ser Treta, talvez ela seja quem diga o que realmente sou, atrapalhada, louca, estabanada, sempre apaixonada, nunca escolhida, sempre preterida, até pela vida, que escolheu me "pular", me deixar em stand bay... Deixa essa Treta ai vai... Sem época, sem destino, sem noção. Não quero me sentir envergonhada, arrependida. Eu sou da época em que gente se arrepende e continua com muito pesar no coração. Eu sou a Treta, a besta, a sem explicação. A todos encanta e nunca é de ninguém, distribuindo amores e quase sempre sem...
Marte? Lua? algum sistema ou planeta a me acolher? Sou intensa, complicada, amiga ao extremo de tudo e de qualquer um, sou o cocô do zodíaco, sou do signo de peixes, ascendente em peixes, lua em escorpião, não sei dizer e me dói escutar não.
Completamente perdida, rodeada de gente e sozinha, só não sou mais só porque também sou minha.
Alguém me aninha, alguém me identifique, me diz é aqui maluca que você vai ficar. To cansada de ser a sorte no amor dos outros, trago seu amor verdadeiro em 5 dias. É o suficiente pra ela aparecer só porque "saiu com a Treta". Acho que meu lugar possa ser esse, vou fazer você feliz, e olhar de longe, e torcer e sofrer em silencio, desejando desesperadamente que pudesse ter sido eu.
Continuarei sem estrada, acho que sigo flutuando, de bar, sem par, sem época, nem lugar, de castigo, feliz por todo mundo e, infeliz comigo...

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Depois Daquele Beijo...

Antes daquele beijo não existia nada, nada do que agora existe, antes daquele beijo talvez já me sentisse triste. Se antes era apenas a lembrança de um desejo, um sorriso preso, rindo da memoria insana ,bobo é aquele que se engana... Aquele beijo.... O beijo que não existia, só em minha fantasia, sonhando de noite, imaginando de dia. E representado em coisas boas, que respeito ou admiro, nunca foi só um beijo, era carinho, um bem querer, em me culpar e no brigar comigo mesma, por estar pensando no quanto tinha dele em mim, as vezes assustador. Um espelho com o relexo do outro, um espelho mais bonito, mais novo, não menos dor e lindo, generoso como sempre sonhei em ser... um espelho que reflete o futuro em um passado que não eu nunca mais vou ter...
Antes daquele beijo existia conversa, verdade, cumplicidade, carinho, compreensão, altas risadas, ternura, tristeza, alegria e muita empatia... Antes daquele beijo tudo era perfeito, tudo estava direito e tinha muita verdade em minha fantasia...
Depois daquele beijo... O estranhamento? Não em um primeiro momento... Um afastamento, depois de um tempo... Essa foi uma estranheza... Algo inesperado, talvez o preço a ser pago... Por ter feito o que não devia ter sido feito... Mas durante aquele beijo, eu me senti livre, encantada, eu quis muito mais do que aquele beijo... Eu quis ser escolhida ou desejada...
Mas foi só aquele beijo e mais nada... Antes dele, durante ele e agora depois... Pagarei o peço a ser pago... Sendo Dona Treta na vida. Mas sem arrependimento, não vou me arrepender, vou lamentar, sentir falta e aproveitar a lembrança da verdade. Fiz tudo para anular, quanta bobagem, não vai ser castigo sentir saudade... Não preciso mais ter medo. Foi lindo... Aquele abraço, aqueles olhos, aquele Beijo...

sábado, 2 de abril de 2016

Sofro de TRANSTORNO BIPOLAR! Resolvi falar sobre isso! Um muito obrigada a quem aceitar me escutar.

Vamos adicionar ao caldeirão efervecente da minha vida um pouco da escrita, tendo sido ela referencia do que sou, ou mesmo, fruto de raivas, perfeccionismo desmedido, alegrias, orgulho, vergonha, mas tão minha e mais minha entre o tudo do pouco que agora possuo.
Parei de ler e escrever e era um vício insanamente delicioso... Insana a mente que de repente, como que por encanto e no pesar do pranto, não consegue mais fazer aquilo que melhor fazia antes. Já não dança, não mais escreve, não se perde em personagens de si mesma. Essa  é a maior tristeza. Sem "tons de cinza", descolorida, (des) gostosa já foi a vida?
E eis então, além de ser o maior dos desabafos, de todas as exposições, a minha confissão: EU SOFRO DE UMA PSICOPATOLOGIA CONHECIDA COMO TRANSTORNO BIPOLAR.
E me sinto na responsabilidade, como um ato de cidadania, de explicar do que se trata, para que quem sabe assim, se minimizem os preconceitos. Sim, eles existem e muito. Se a pessoa acometida desse transtorno, já vive em sofrimento, coloque nesse tempero (lembra do caldeirão?) o olhar torto, as falsas verdades, os conselhos carregados de julgamentos, os memes da internet,  confesso que já ri com alguns. Mas, e quem não riu? E quem se magoou,? E quem por conta disso perdeu o pequeno sopro de esperança, conquistado a duras penas com muito medicamento e terapia?
Ano passado em plena sala de aula, (lembrando que estudo psicologia), um professor discursou em alto e bom som sobre como era "horrível" lidar com alguém acometido da bipolaridade, disse, ainda, que preferia lidar com psicopatia a lidar com um bipolar. Me senti um lixo. Tentei entender, porque existem vários graus diferentes da enfermidade. Me entristeceu saber que uma pessoa que supostamente está  preparada para lidar com a dor do outro, diz assim, tão facilmente, com tamanho desdém, a futuros psicólogos, seus alunos, que ser bipolar é "terrível", que  "eles", os bipolares são péssimos... E nos ensinam sobre empatia...Enfim, se o preconceito foi parar nas salas de aula do curso de psicologia, imaginem o desespero...,
Tenho 39 anos, tenho família, amigos, e muita história para contar porque costumo viver intensamente minhas relações de afeto, aquelas que decidimos viver com pessoas queridas por nós. Tenho uma profissão, sou graduada para exerce-la e pelo mérito de ter estudado o tempo exigido e provado, através de meu esforço, que sou apta a exerce-la. Sou jornalista de formação! Apesar de não exercer a profissão atualmente, não deixo, porém, de faze-la por aqui.
Não acordo rindo e dali meia hora estou chorando, como é senso comum ao dizer do "bipolar". Alterno longos períodos depressivos com picos de ansiedade extrema, chamados de mania ou hipomania, que no meu caso duram pouco tempo e não tem nada de legal, nem doidão ou feliz. Se imagine prestes a entrar naquela montanha russa cheia de loopings e aquela sensação de estar subindo bem devagar para uma queda brusca. É essa a sensação, não da queda, nem de estar de ponta cabeça, mas a sensação de pavor e impotência que antecede essa experiencia. É isso que sentimos. E é muito ruim. Ainda que possamos estar mais destemidos, extrovertidos, estamos como bem traduz minha irmã com o "coração galopante", achando que respirar é um fardo porque é muito respirar, é muito pensar é muito ser, é muito tudo.
Isso quando não estamos de cama, sentindo uma angustia desmedida e uma tristeza paralisante. Ela te paralisa, acreditem, tomar banho dói. Isso tudo sem que possamos nos internar para um tratamento, tendo que existir "normalmente" no dia a dia a cumprir um papel que não estamos em condições de que seja feito. Um papel rasgado, pisoteado, amassado, a cada hora, cada minuto, todos os dias.
Mas, ah! Levanta daí, por que você está assim? Vamos sair você melhora! É preguiça! Devia levar uma surra, queria ver se umas chineladas não resolviam. Vai carpir uma data! Isso é falta de pênis, ou de vagina (e estou sendo respeitosa com vocês, porque os termos são bem mais pejorativos). Estes são alguns dizeres "carinhosos" sobre estar muito deprimido, ou no ápice de uma crise de ansiedade, é isso que se diz a alguém que está doente! E aí eu pergunto, ainda que redundante: é isso que se diz a alguém que está doente?
Possuímos cortes invisíveis em partes do corpo, porque pode ser aquela dor no peito, a garganta muito apertada, a hemorragia da alma, ninguém vê, não se examina em máquinas modernas, mas dói tão ou mais do que uma facada no peito, uma doença dolorosa, invisível e que deixa sequelas a cada crise. Passamos mal em silênico, isso quando a coisa não fica psicossomática e os sintomas físicos aparecem também, o rosto "emperebado", 10 kilos a mais, ou a menos, sem sono, sem soro, sem anestesia. Apenas com aquela porção maior e que muitas vezes e infelizmente não é suficiente, mas que seja, sempre, de dizer: eu posso! Eu consigo! Eu não sou. Eu não tenho. Eu apenas estou!
Salve! Mil vezes salve aqueles que fazem do seu oficio o nos ajudar. Aquele alienígena que caiu no meu colo ano passado, chamado psicologia! Você é lindo estrangeiro e sou grata por tudo o que sei que pode fazer por todos nós. Devemos também nos render em homenagem a uma farmacologia cada vez mais eficiente, a nos ajudar a aliviar sintomas, enquanto tentamos entender tudo isso. E entendendo vamos fazendo da dor, menos dor, cada vez menos desamor, cada vez mais inspirador, animador, amar,compreender, amor!