segunda-feira, 19 de setembro de 2016

E O PALHAÇO O QUE É?

Sempre almejei a magia do amor correspondido, Fantasie rostos, personalidades, paixões arrebatadoras, ou encontro de almas. O que sempre me atraiu em alguém? Ah o irreverente, o inusitado, aquela pessoa que espirituosamente me salvaria em gargalhadas, nada disso existiu é fato. Frase da vida: "vou namorar um palhaço". Como faço? Mas palhaços possuem um que de tristeza. É rir de si mesmo, sei porque estou descobrindo quem é a Dona Treta agora. O gato bebe leite, o rato come queijo.... Acho que sou palhaço, o que faço?.
Não sei se conseguirei passar por cima dos meus pavores, e desengavetar tantos sonhos, tontos sonhos, alguns, tão perto agora, quebrando o que chamava de maldições. Mas, por vezes tão distante das minhas antigas idealizações.
Me distanciei demais, daqueles que ficaram "embolorando na gaveta do quem sabe um dia". Hoje tenho como meta, uma profissão linda, dolorosa, que me desafia. Ela não é mais um alienígena, que despencou sem para quedas no meu colo. Tampouco é aquela delícia gostosa, ela por vezes me embala e me deu sentido a vida .Mas não é como um dia sonhei, colorida. Ela faz com que algo eu faça, ela me desafia a matar todos os dias, meus monstros internos, é meu céu, é meu inferno.
E tão distante de tudo o que achei que fosse ser, pudesse ter, fazer, acontecer. Não sei se me rebelo, não sei se espero, não sei muito o que fazer. Está sendo feito, e a despeito, não me desfaço. Só questiono: estou feliz com esse abraço? E agora? Que de verdade encontrei meu palhaço, não um mas, dois, minha Treta, um outro que por vezes não sei quem é. "E agora José"? "Hoje tem gargalhada"? 
"Tem não senhor"! "E o palhaço o que é"? 
Mais uma vez a deriva, e sem uma piada sequer. Quero levar a vida a sério, mas sem austeridade, por favor, e preciso daquela leveza necessária para fazer as coisas serem minhas, para me fazer explícita, para ser protagonista, ao menos da minha própria dor, amar, amor. Preciso daquela gargalhada, ainda que ame e me sinta amada, preciso dela para guardar na memória, quando a vida me deixar triste, preciso me acabar em chiste, senão perco o tesão da existência, não quero preencher, quero transbordar, não quero me conformar, quero ser e estar. A Treta não espera, caí, sempre, tropeça, levanta e segue na correnteza da incerteza, mas jamais escondida, nunca séria, sempre descabelada, por vezes assustada, mas ela, ela se acaba em gargalhada.
É possível assim, sentir saudades de mim? Daquilo que nunca foi, do que poderia ter sido. É Possível sentir falta daquilo que não foi vivido? 
E o palhaço o que é?

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