quinta-feira, 26 de maio de 2016

Somos Todos contra 30! Somos o "Início, o fim e o meio"! Sim eu Ainda Creio!

Hoje a Treta acordou doente, com a certeza de que a febre (sem nenhum outro sintoma), e hoje a amígdala inflamada que, ui! "Mereceu" aquela benzetacil "delicinha", foi a somatória de dessabores e decepções sofridas e passadas. Cabe aí traçar um paralelo com a frase: "ela mereceu", que com tristeza li por aí hoje. Somos então merecedores da dor? Da mesma maneira como merecemos ser tratados com maldade, crueldade e covardia? Minha febre foi fruto de uma somatória de indignação, frustração e pesar, em que meu corpo reagiu ao que minha mente não conseguiu elaborar e processar, só por acreditar que esse mundo possa ter se transformado na Terra do EU! O mundo adoeceu?
 Estou de repente a perceber como as pessoas estão preocupadas no ser e no ter, esquecidas do estar, estar presente, estar disponível a olhar e enxergar o outro. 
Hoje, após voltar do hospital, ainda com essa sensação de amargura na alma e estilhaçamento no coração, me deparo com a barbárie da notícia do estupro coletivo sofrido por uma criança, sim, menor de idade... Um ser um humano desconstruído em pleno processo de construção. 
Que tristeza, que lamento, que coisa estranha, que dor tamanha...
E hoje cada vez mais, tenho a completude de perceber que jovens adultos se negam a amadurecer. Senti pena deles ontem... Hoje sinto nojo desses 30 monstros, capazes de cometer tamanha atrocidade. 
É dor no ontem, no agora e no amanhã...
Falo como mulher, como filha, como "mãe" postiça de tantos, como sofri...
Aplaudo, defendo e faço parte do movimento feminista atual, mas hoje, preciso falar não só de nós mulheres, abandonadas, sofridas e merecedoras de seu empoderamento (estarei sempre ao lado de todas as lutas e comemorando cada vitória nossa).
Quero pedir agora a todos e a cada um: olhem para o lado, peço que olhem para o ser humano que estuda com você, aquele ou aquela do trabalho, sua família, seus relacionamentos amorosos ou de afeto e amizade. Se pergunte, apenas por um momento, se existe "vida nesse coração", que estabelece com você relações de troca, ela realmente existe, a troca? Se questione se há algo que você possa fazer por ele ou ela e pense em ajudar, em cuidar, e em proteger.
Olhem, como quem tira uma venda dos olhos e se surpreendam!  
Reflete-se para mim com nitidez um espelho de algo distorcido, onde o ser humano perdeu sua capacidade de "amar o próximo", ele só ama a si mesmo.
"Perdoai-me Pai", mas não há como perdoar agora, há que se falar, há que nos abraçarmos, (como vejo muitas de nós fazermos nesse momento de dor), pelo fim da cultura do estupro, pelo fim da disseminação do EU, somente EU, pelo fim da FALTA de reciprocidade, de cuidado, de afeto, de empatia, de amizade, de respeito e  de amor.
 "Olha como está, sangrando, olha onde o trem passou".
Sim, foi o que disseram os monstros, os bichos, os desumanos. Que estupraram essa menina, que transformaram o resto, do muito dos seus dias, que invadiram seu corpo, sua mente, suas crenças, sua identidade... Por maldade. Por maldade! Por maldade!
 Portanto, faço coro com todas e todos que hoje sangram como ela sangrou: Vamos nos unir e berrar como ela berrou, chorar como ela chorou, sentir raiva como ela sentiu. Só não vamos sentir medo! Agora é hora da luta, da indignação, do luto, do pesar e da dor.
 Mas todos, todos os outros dias de nossas vidas, que seja da proliferação do bem, que seja da disseminação do Amor... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário