Talvez por ter experimentado muitas e muitas coisas, sabores, cores, amores, terrores, e ainda continuar sonhando...
Sem falar nas inúmeras tretas, ao falso cigano, um noivado por engano, todos os tombos possíveis e inimagináveis, pegar fogo (literalmente), ao porres homéricos e suas ressacas morais e físicas, a dezenas de decepções amorosas, frustrações em tantas expectativas e tentativas de me fazer agente no mundo, aquele que transforma e é transformado.
Mas fui, mesmo sem perceber e que maravilha!!! Continuo sendo!
Me senti estranha nos últimos meses, porque fazer 38 anos, sem ter as características de vida tão peculiares a essa idade, me deixou envergonhada, assustada e nossa! Mexeu demais com a minha estima! A alta, a baixa, as duas!
Mas, percebo que o melhor de se fazer 38 anos, mesmo não tendo casado, nem deixado (ainda) um pedacinho de mim por aí, na forma de um filho, seja mesmo ter vivido tantas experiências, ainda que tenha sido aquelas em que a vida não permitiu que eu as concluísse até o final. Ou aquelas que não foram tão boas assim.
Ter sido bailarina, ter feito teatro, (mesmo que a maior parte nos palcos da vida), ter cantado em um coral de representatividade na cidade, ter estado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e por conta disso, dublado o Hino Nacional (não decorei a letra) junto com a Orquestra do Corpo de Bombeiros.(Ah o corpo DOS bombeiros...).
Ter feito uma viagem real e surreal até Floripa e suas 42 praias, tendo a capacidade de ficar na grama durante os 4 dias de carnaval. Ter feito essa viagem na certeza de encontrar o Gustavo Kuerten, com o advento da esperança (juro que tinha) de conhece-lo e fazer ele se apaixonar por mim!
Ter ido tantas vezes a Salvador, SALVAR A MINHA DOR! No conforto e abrigo de minha família baiana! Extremamente carinhosa, preocupada, unida e graças! Muito festeira!
E por lá ter vivido as experiências mais "tretas", talvez, de todas as já vividas. Como comer um sarapatel e ter "piriri" dentro do ônibus, ou ter sido "devolvida" por Iemanjá ao tentar fazer meu pedido, e voltar parecendo um "cocrete" para a praia, no "maior caldo de todos os tempos" (Ela não quis nem me escutar poxa vida! rs).
Ou fugir para a Ilha do Mel e passar o "perrengue dos perrengues", com direito a ler Tarô na praia para arrumar uns "trocados" para a passagem de volta.
Estudar dança, lecionar dança, ser proprietária de uma escola de dança, promover um espetáculo para mais de 100 alunos, "transpirar" dança, me frustrar com ela, me apaixonar pelo "dançar" de novo...
Entrar para um grupo de corrida e fazer uma prova de 10 Km. Respirando!
Me formar jornalista e ter tanto orgulho, desejo e medo desta profissão, que me fascina, sendo escrever tão inerente a mim!
Enfim, entre tantas outras histórias, vivi e sobrevivi, assim como no embate homem- máquina do primeiro parágrafo!
E acredito que a melhor coisa de se fazer 38 anos, seja os tantos encontros que tive pela vida, sendo ela "a arte do encontro, embora..."
Foram eles, os encontros, acredito, os responsáveis pelos melhores e piores momentos deses anos, mas principalmente, por me darem tanto, muitas vezes exigindo nada como recompensa. O conhecer alguém, um grupo, um amigo, um anjo, uma equipe, amigos, aquela família que a gente escolhe, de mais de duas décadas, ou as recém adquiridas, A EQUIPE, "É disso que to falando!". Amo muito vocês!E não vou citar a todos porque nossa Equipe é numerosa... e só por isso...
Aquela turma, que começou como reunião pedagógica no Tomio! (Detalhe, não sou educadora! rs), mas com quem quero tanto estar junto, ainda que nossas agendas por vezes não permita, ter estado com vocês e trocado tantas experiências fantásticas, foi e sempre será, bom "por demais". As meninas do clube da quinta, nossos "clubes da Lulu" e as histórias inenarráveis!
Os de infância, como a Ju Magnani, que me conhece desde os três anos de idade e com quem tenha, talvez, a amizade mais antiga... Brincamos de Barbie, de bets e dividimos depois, momentos e mais momentos... E que me apresentou a outra turma...
E como os 38 estão apenas começando, me vejo maravilhada com os novos encontros que continuam acontecendo! Sejam todos bem vindos!
Todos, sem distinção, já fazem parte da minha história! Obrigada por se disporem a me conhecer, me amar ou me odiar (difícil vai), mas me fazerem ser quem hoje sou!
Talvez psicóloga, novo desafio, sempre bailarina, artista, jornalista e um ser feliz, (ainda que não sempre) por poder me relacionar com as coisas do mundo e principalmente com vocês! Amigos queridos, família sem igual! Os Lima! Preciso muito agradecer a sei lá o que, que proporcionou o fato, de poder fazer parte desse núcleo familiar simplesmente sensacional! As tias, Loi, Mima! (seu carinho e acolhimento na verdadeira cidade maravilhosa que para mim é Antonina!). Tia zila, seu apoio e conforto, Tia Rose, minha segunda mãe, que me salva, me acolhe, me compreende e me da bronca as vezes também! Tio Fausto, vc também representa e muito! As primas mais inteligentes e sensíveis do universo! E a família que não sei se escolhi, acho até que fui escolhida por ela, os Gonçalves, Madrinha, Padrinho... Tanto acolhimento e carinho...
Mãe, pai, meus irmãos, Marcelo e Mariana. Ana Laura, minha sobrinha ( um dos meus maiores orgulhos, e junto aí você também meu afilhado, minha eterna pequena criatura!). Minhas irmãs de longe, meus sobrinhos também...
E minha "alma gêmea" a Co! (o Co é de colega!). A "ciranda cirandinha..." Cintia, Nega, Mari,..Josi... "Foram tantas emoções". E seus filhotes que vi nascer e a quem tanto quero somente o bem em seus começos de vida.
Muito obrigado, enfim, a todos que direta ou indiretamente, passaram por mim e me transformaram e me transformam todo o tempo.
Preciso, porque é preciso, falar que agradeço a minha mãe, porque, se hoje faço 38 anos de vida, ela faz 38 anos de minha mãe! E minha melhor amiga! A quem só de falar (como diz meu pai também amado, "a lágrima me vem aos olhos"), porque é tanto agradecer, é tanto acreditar, foi tanto sofrer e rir e sonhar... Ela é minha porção melhor! Ela é... a Dego! Tatuada no meu pulso esquerdo e presente em cada batida do meu coração!
Desejo então uma feliz idade nova a todos nós, ainda que seja a minha, na certeza de que é de fato, também, de todos vocês!
Parabéns para mim!
Parabéns para nós!
Vocês me ensinaram e me ensinam o verdadeiro sentido da palavra gratidão!
E só por isso, os 38 anos já valeram a pena!
Muito obrigada!
Drika Leal!
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